“Tá bom assim”. Acho que isso é uma das coisas que mais ouvi na vida. Eu mesmo já me peguei agindo no “tá bom assim”. Mas este é um tema que merece muito cuidado. Definir o limite é uma arte que desenvolvemos com o tempo. Até onde investir, quanto mais insistir, quanto é, afinal, bom o suficiente? Quando não sabemos, podemos ultrapassar a linha do “suficiente” e fazer muito além daquilo que é percebido pelos outros. Isso significa custo extra. Por outro lado, existe um “cliente interior”, que mora dentro de nós e que, muitas vezes, é mais exigente que qualquer outro. E nos obriga a insistir até ficarmos satisfeitos.

Recentemente, recebi dois amigos palestrantes para gravar um vídeo em meu estúdio. Acabei dirigindo o vídeo. Gravamos a primeira, a segunda e a terceira vez. Fomos assistir à gravação na ilha de edição, eles adoraram e eu disse: “vamos gravar de novo?” E lá fomos nós de volta para o estúdio, fazer tudo outra vez. Para mim podia melhorar. E, depois de gravarmos de novo, ainda fiquei insatisfeito, mas aí já havia ultrapassado o limite de tempo e investimento. E quase ninguém notaria as melhorias que eu achei que devia fazer. Meu “tá bom assim” é diferente do de meus amigos.

Outro exemplo são os sumários de livros que distribuo para meus assinantes. Quando desenvolvi a ideia, entreguei para uma agência fazer o produto final, o PDF. Saiu lindo, cheio de trique-triques, corzinha, imagens, letrinhas... E demorou mais de uma semana para ficar pronto. Na segunda vez, puxei para mim a atribuição de elaborar o PDF. Criei um padrão e deu certo, em relação àquilo que eu queria. Escrevo o texto, mando para revisão, em seguida corrijo e salvo direto no padrão do PDF. Podia ficar mais bonito? Sim. Mas o importante neste momento é a capacidade de escrever e publicar em 24 horas.

Um dia terei estrutura para deixar bonitinho...

Esse exercício deve ser diário e constante: qual é o limite de qualidade de nosso trabalho? Qual é o ponto a partir do qual investir passa a ser apenas agregar custo?

 

 

No Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=peSxgOXjLBc

 

Gostou? De onde veio este, tem muito, mas muito mais. Acesse http://mundocafebrasil.com

&ldquo;T&aacute; bom assim&rdquo;. Acho que isso &eacute; uma das coisas que mais ouvi na vida. Eu mesmo j&aacute; me peguei agindo no &ldquo;t&aacute; bom assim&rdquo;. Mas este &eacute; um tema que merece muito cuidado. Definir o limite &eacute; uma arte que desenvolvemos com o tempo. At&eacute; onde investir, quanto mais insistir, quanto &eacute;, afinal, bom o suficiente? Quando n&atilde;o sabemos, podemos ultrapassar a linha do &ldquo;suficiente&rdquo; e fazer muito al&eacute;m daquilo que &eacute; percebido pelos outros. Isso significa custo extra. Por outro lado, existe um &ldquo;cliente interior&rdquo;, que mora dentro de n&oacute;s e que, muitas vezes, &eacute; mais exigente que qualquer outro. E nos obriga a insistir at&eacute; ficarmos satisfeitos.
Recentemente, recebi dois amigos palestrantes para gravar um v&iacute;deo em meu est&uacute;dio. Acabei dirigindo o v&iacute;deo. Gravamos a primeira, a segunda e a terceira vez. Fomos assistir &agrave; grava&ccedil;&atilde;o na ilha de edi&ccedil;&atilde;o, eles adoraram e eu disse: &ldquo;vamos gravar de novo?&rdquo; E l&aacute; fomos n&oacute;s de volta para o est&uacute;dio, fazer tudo outra vez. Para mim podia melhorar. E, depois de gravarmos de novo, ainda fiquei insatisfeito, mas a&iacute; j&aacute; havia ultrapassado o limite de tempo e investimento. E quase ningu&eacute;m notaria as melhorias que eu achei que devia fazer. Meu &ldquo;t&aacute; bom assim&rdquo; &eacute; diferente do de meus amigos.
Outro exemplo s&atilde;o os sum&aacute;rios de livros que distribuo para meus assinantes. Quando desenvolvi a ideia, entreguei para uma ag&ecirc;ncia fazer o produto final, o PDF. Saiu lindo, cheio de trique-triques, corzinha, imagens, letrinhas... E demorou mais de uma semana para ficar pronto. Na segunda vez, puxei para mim a atribui&ccedil;&atilde;o de elaborar o PDF. Criei um padr&atilde;o e deu certo, em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;quilo que eu queria. Escrevo o texto, mando para revis&atilde;o, em seguida corrijo e salvo direto no padr&atilde;o do PDF. Podia ficar mais bonito? Sim. Mas o importante neste momento &eacute; a capacidade de escrever e publicar em 24 horas.
Um dia terei estrutura para deixar bonitinho...
Esse exerc&iacute;cio deve ser di&aacute;rio e constante: qual &eacute; o limite de qualidade de nosso trabalho? Qual &eacute; o ponto a partir do qual investir passa a ser apenas agregar custo?
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Aqui tem seleção primorosa da MPB e reflexões não-trivias –e muitas vezes polêmicas– do apresentador, escritor e palestrante Luciano Pires. É assim que o Café Brasil trata de comportamento, cidadania, política e cultura brasileiras, em edições semanais. Eleito por duas vezes o Melhor Podcast de Entretenimento e Variedades no Prêmio Podcast Brasil e frequentador dos destaques do iTunes.Podcast Café Brasil: valorizando a liberdade de expressão e semeando a autonomia de pensamento.

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