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Cafezinho 393 – Velhos razinzas

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Como jovem profissional, eu ficava extasiado com a capacidade de tomar decisões, comandar equipes e lidar com problemas complexos dos executivos mais velhos. Mas eu achava que tinha mais coragem que eles, que podia tudo, pois eu tinha 24 anos! Com o tempo fui calibrando meu ímpeto, aprendendo com meus erros e sendo aceito pelos mais maduros. Foi um período de profundo aprendizado, que durou até meus 28 ou 30 anos.

Na maturidade, percebi que não conseguiria mudar o mundo sozinho. Eu dependia de uma equipe que me permitisse combater os que não faziam e não deixavam fazer. Na maioria, “velhos ranzinzas que detinham o poder”. Percebi a importância de liderar equipes, motivando e desafiando, servindo de exemplo e orientando os fedelhos impertinentes para canalizar a energia na direção certa. E fui me aproximando dos quarenta anos. E dos velhos ranzinzas. Foi um período de conquistas que durou até os 45 anos.

Após essa idade os acomodados começam a envelhecer, no pior sentido. Viram figuras quase decorativas, assistindo às besteiras sendo feitas e esperando sua hora chegar. Mas os inconformados ativos experimentam uma coisa louca: a bolsa escrotal perde a elasticidade. Ficam sem saco para ouvir absurdos, lidar com idiotas, dar murro em ponta de faca. Tornam-se contestadores, implicantes, chatos e negativos. E começam a incomodar o sistema. E são vagarosamente colocados para escanteio como se tivessem vencido seus prazos de validade, a maioria na plenitude da capacidade, mas cometendo o pecado mortal de não ter mais saco para a comédia corporativa. Velhos ranzinzas.

Se no reino animal é a degeneração física que torna os mais velhos obsoletos, no reino humano são os estereótipos. Os mais velhos “são cheios de defeitos e manias já não têm energia para o trabalho, é mais difícil comandá-los, pois têm opinião e contestam. Além disso, têm família, dores e compromissos que os mais novos não têm. Os mais velhos são mais caros estão por fora das novas tecnologias e ondas do mercado. Em geral são mais feios, mais lerdos e… ranzinzas”. Já ouviu isso? Pois é.

No universo profissional dos medíocres, os jovens têm futuro enquanto os velhos só têm passado. É assim que o processo funciona. Seria apenas triste, se não fosse burro…

 

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Aqui tem seleção primorosa da MPB e reflexões não-trivias –e muitas vezes polêmicas– do apresentador 
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