O ex-presidente do Sporting recorda: como foi preso duas vezes em março de 1975; os dias na cadeia em que fez greve e teve ajuda de marginais; o medo do juiz que o libertou; a fuga para Espanha; a ajuda aos membros da família Espírito Santo — e a desilusão com um funcionário que tinha apoiado e se virou contra ele.

O ex-presidente do Sporting recorda: como foi preso duas vezes em mar&ccedil;o de 1975; os dias na cadeia em que fez greve e teve ajuda de marginais; o medo do juiz que o libertou; a fuga para Espanha; a ajuda aos membros da fam&iacute;lia Esp&iacute;rito Santo &mdash; e a desilus&atilde;o com um funcion&aacute;rio que tinha apoiado e se virou contra ele.

Como era a vida quotidiana nos anos de 1974 e 1975? As memórias do vertiginoso dia-a-dia nas várias áreas da sociedade portuguesa durante o PREC. Programa de entrevistas conduzidas por Rui Ramos e Pedro Jorge Castro.

Como era a vida quotidiana nos anos de 1974 e 1975? As mem&oacute;rias do vertiginoso dia-a-dia nas v&aacute;rias &aacute;reas da sociedade portuguesa durante o PREC. Programa de entrevistas conduzidas por Rui Ramos e Pedro Jorge Castro.

A Vida em Revolução

José Roquette e a detenção em 1975 no Banco Espírito Santo: “O meu motorista apontou-me a pistola”

O 25 de abril visto a partir da embaixada no Brasil, onde Marcello Duarte Mathias estava colocado. O desalento de José Hermano Saraiva, último embaixador antes da revolução, e a gargalhada do sucessor, Vasco Futscher Pereira. A campanha contra o pai, que tinha sido ministro de Salazar. As abordagens e promessas da CIA para tentar recolher informações. A “burguesia particularmente ignorante” que “não entendeu nada em 1974”. A amargura de Marcello Caetano. Os exilados portugueses no Brasil. A entrada de Mário Soares no Ministério dos Negócios Estrangeiros. E o “milagre” do 25 de novembro.

O 25 de abril visto a partir da embaixada no Brasil, onde Marcello Duarte Mathias estava colocado. O desalento de Jos&eacute; Hermano Saraiva, &uacute;ltimo embaixador antes da revolu&ccedil;&atilde;o, e a gargalhada do sucessor, Vasco Futscher Pereira. A campanha contra o pai, que tinha sido ministro de Salazar. As abordagens e promessas da CIA para tentar recolher informa&ccedil;&otilde;es. A &ldquo;burguesia particularmente ignorante&rdquo; que &ldquo;n&atilde;o entendeu nada em 1974&rdquo;. A amargura de Marcello Caetano. Os exilados portugueses no Brasil. A entrada de M&aacute;rio Soares no Minist&eacute;rio dos Neg&oacute;cios Estrangeiros. E o &ldquo;milagre&rdquo; do 25 de novembro.

Marcello Duarte Mathias: “Vi o 25 de abril com muita apreensão. Depois conseguiu-se aquele milagre do 25 de novembro”

A alegria libertadora dos abraços a desconhecidos no 1º de Maio e nas filas para votar nas primeiras eleições livres. Os dilemas antes de aderir ao PPD e os boicotes da esquerda aos comícios. As perguntas bizarras nas sessões de esclarecimento em que ensinava como se votava. O plano insensato para defender a sede do PSD no 11 de março, em que adormeceu de cansaço. As discussões épicas e os bastidores dos meses na Assembleia Constituinte, sem receber salário nos primeiros meses. O privilégio de ajudar a escrever a Constituição. E o encontro inesperado com os outros deputados esfomeados no Leitão da Mealhada, depois do cerco ao parlamento, quando iam levar a Constituinte para o Porto.

A alegria libertadora dos abra&ccedil;os a desconhecidos no 1&ordm; de Maio e nas filas para votar nas primeiras elei&ccedil;&otilde;es livres. Os dilemas antes de aderir ao PPD e os boicotes da esquerda aos com&iacute;cios. As perguntas bizarras nas sess&otilde;es de esclarecimento em que ensinava como se votava. O plano insensato para defender a sede do PSD no 11 de mar&ccedil;o, em que adormeceu de cansa&ccedil;o. As discuss&otilde;es &eacute;picas e os bastidores dos meses na Assembleia Constituinte, sem receber sal&aacute;rio nos primeiros meses.&nbsp;O privil&eacute;gio de ajudar a escrever a Constitui&ccedil;&atilde;o. E o encontro inesperado com os outros deputados esfomeados no Leit&atilde;o da Mealhada, depois do cerco ao parlamento, quando iam levar a Constituinte para o Porto.

Helena Roseta: “No cerco ao Parlamento o PCP tinha frango. Lembro-me de ir ao gabinete deles a cantar ‘Eles comem tudo’”

O medo quando se viu cercado por 20 guerrilheiros do MPLA “muito zangados”. A agitação com a chegada de Rosa Coutinho a Angola. O falhanço das informações americanas. Os encontros com Savimbi e Holden Roberto. A venda do BMW e dos eletrodomésticos para continuar a pagar contas. A máquina que imprimiu notas para pagar 18 mil salários. O milionário com companhias duvidosas. E a vida faustosa sem um tostão no bolso. As memórias incríveis de João Van Zeller dos tempos em que era administrador do Banco Inter-Unido, em Angola.

O medo quando se viu cercado por 20 guerrilheiros do MPLA &ldquo;muito zangados&rdquo;. A agita&ccedil;&atilde;o com a chegada de Rosa Coutinho a Angola. O falhan&ccedil;o das informa&ccedil;&otilde;es americanas. Os encontros com Savimbi e Holden Roberto. A venda do BMW e dos eletrodom&eacute;sticos para continuar a pagar contas. A m&aacute;quina que imprimiu notas para pagar 18 mil sal&aacute;rios. O milion&aacute;rio com companhias duvidosas. E a vida faustosa sem um tost&atilde;o no bolso. As mem&oacute;rias incr&iacute;veis de Jo&atilde;o Van Zeller dos tempos em que era administrador do Banco Inter-Unido, em Angola.

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