A vaidade de Spínola, a fuga para Espanha, o disfarce de Jorge Jardim, as ações do MDLP, a perseguição ao fado e um pedido de desculpa a João Braga. “Nunca fui fascista e tenho raiva a quem foi”

A vaidade de Sp&iacute;nola, a fuga para Espanha, o disfarce de Jorge Jardim, as a&ccedil;&otilde;es do MDLP, a persegui&ccedil;&atilde;o ao fado e um pedido de desculpa a Jo&atilde;o Braga. &ldquo;Nunca fui fascista e tenho raiva a quem foi&rdquo;

Como era a vida quotidiana nos anos de 1974 e 1975? As memórias do vertiginoso dia-a-dia nas várias áreas da sociedade portuguesa durante o PREC. Programa de entrevistas conduzidas por Rui Ramos e Pedro Jorge Castro.

Como era a vida quotidiana nos anos de 1974 e 1975? As mem&oacute;rias do vertiginoso dia-a-dia nas v&aacute;rias &aacute;reas da sociedade portuguesa durante o PREC. Programa de entrevistas conduzidas por Rui Ramos e Pedro Jorge Castro.

A Vida em Revolução

João Braga e as ações do MDLP em 1974/75: “Incendiávamos as sedes do PCP e aquilo ardia tudo”

Artur Santos Silva passou o 25 de abril de 1974 em casa do vizinho Francisco Sá Carneiro, no Porto, que ia sabendo da revolução por telefonemas de Balsemão e Marcelo. Celebraram com champanhe e conversaram sobre a construção de um partido social-democrata. Indicou vários nomes de fundadores do PPD, mas pôs-se de fora da comissão política, por não querer deixar o seu trabalho como diretor do Banco Português do Atlântico. O plano económico do “ventre mole da revolução”. O choque das nacionalizações e o pânico com as detenções de empresários.

Artur Santos Silva passou o 25 de abril de 1974 em casa do vizinho Francisco S&aacute; Carneiro, no Porto, que ia sabendo da revolu&ccedil;&atilde;o por telefonemas de Balsem&atilde;o e Marcelo. Celebraram com champanhe e conversaram sobre a constru&ccedil;&atilde;o de um partido social-democrata. Indicou v&aacute;rios nomes de fundadores do PPD, mas p&ocirc;s-se de fora da comiss&atilde;o pol&iacute;tica, por n&atilde;o querer deixar o seu trabalho como diretor do Banco Portugu&ecirc;s do Atl&acirc;ntico. O plano econ&oacute;mico do &ldquo;ventre mole da revolu&ccedil;&atilde;o&rdquo;. O choque das nacionaliza&ccedil;&otilde;es e o p&acirc;nico com as deten&ccedil;&otilde;es de empres&aacute;rios.

Santos Silva: “Sá Carneiro disse-me: ‘Artur, não fique cá. Eu vou-me embora para Inglaterra’”

O músico Tozé Brito pagou dez contos a um agente da PIDE para fugir do país e exilar-se em Inglaterra como tradutor, para escapar à guerra de África. Voltou no Natal de 1974 e viveu o quente ano de 1975 nos quartéis, a dar instrução sobre armas pesadas. Participou em campanhas de alfabetização no interior, onde viu a magia da chegada da luz elétrica e da televisão — e um homem ainda lhe perguntou pelo rei, 65 anos depois do fim da monarquia. Aos fins de semana dava concertos com o Quarteto 1111, que continuou a fazer músicas sobre o amor, apesar da mudança política na música: “Só havia espaço para a esquerda e para quem cantava a Revolução. Era massacrante estar a ouvir aquilo”.

O m&uacute;sico Toz&eacute; Brito pagou dez contos a um agente da PIDE para fugir do pa&iacute;s e exilar-se em Inglaterra como tradutor, para escapar &agrave; guerra de &Aacute;frica. Voltou no Natal de 1974 e viveu o quente ano de 1975 nos quart&eacute;is, a dar instru&ccedil;&atilde;o sobre armas pesadas. Participou em campanhas de alfabetiza&ccedil;&atilde;o no interior, onde viu a magia da chegada da luz el&eacute;trica e da televis&atilde;o &mdash; e um homem ainda lhe perguntou pelo rei, 65 anos depois do fim da monarquia. Aos fins de semana dava concertos com o Quarteto 1111, que continuou a fazer m&uacute;sicas sobre o amor, apesar da mudan&ccedil;a pol&iacute;tica na m&uacute;sica: &ldquo;S&oacute; havia espa&ccedil;o para a esquerda e para quem cantava a Revolu&ccedil;&atilde;o. Era massacrante estar a ouvir aquilo&rdquo;.

Tozé Brito: “No quartel votámos contra sair à rua para travar o Jaime Neves. Ou morríamos todos ou dava guerra civil”

O choque violento com Vasco Gonçalves na assembleia do MFA. As influências que viravam Otelo no Copcon. As longas reuniões do Conselho da Revolução. Os agricultores armados para se defenderem das ocupações. E a granada que rebentou numa manifestação. Segunda parte da conversa com o general Pezarat Correia, que foi membro do Conselho da Revolução e comandante da Região Militar Sul.

O choque violento com Vasco Gon&ccedil;alves na assembleia do MFA. As influ&ecirc;ncias que viravam Otelo no Copcon. As longas reuni&otilde;es do Conselho da Revolu&ccedil;&atilde;o. Os agricultores armados para se defenderem das ocupa&ccedil;&otilde;es. E a granada que rebentou numa manifesta&ccedil;&atilde;o. Segunda parte da conversa com o general Pezarat Correia, que foi membro do Conselho da Revolu&ccedil;&atilde;o e comandante da Regi&atilde;o Militar Sul.

João Braga e as ações do MDLP em 1974/75: “Incendiávamos as sedes do PCP e aquilo ardia tudo”

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